domingo, 21 de dezembro de 2008

Interregno para falar de Natal... e de falta de tempo


O Período de pausa lectiva do Natal, que proverbialmente (quando eram "Férias"!!!) começava em 18 de Dezembro e se prolongava até 6 de Janeiro (o tempora, o mores) ainda não começou para muita gente.
E durante esse período os estudantes terão muuuito que estudar, e os professores também: mil e uma teses nos aguardam, mil e uma conferências, congressos, e publicações.
Portanto, como duvido seriamente se terei um minuto livre para mandar postais e outras amenidades neste tempo, aqui ficam os meus bons votos para todos... Por aqui até os anjos, como se vê na foto, são obrigados a intensas leituras.
A fortiori, a menos que a musa irreprimivelmente me obrigue, tenho dúvidas sérias se conseguirei "postar" aqui neste periodo e no subsequente. Na verdade, quando terei tempo????

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A selva das siglas


MRPP - Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado. Já houve um livro sério de história, com a atenuante de ser estrangeiro, que achou que era um Movimento republicano popular português ou algo do género...
PRP - Partido Revolucionário do Proletariado. Uma canção infantil, de Ana Faria, brincava com a sigla... PRP também é (ou era) Prevenção rodoviária portuguesa.

As siglas crescem. Já se pensa hoje nos nomes das coisas para darem siglas bonitas, eufónicas.
As siglas são importantes: são outros nomes das coisas. Acabam por ser, muitas vezes, o verdadeiro nome.
No Brasil, ARENA era sigla, acho, muito antipática de partido antipático.
Porque será que PIDE soa a tortura? Polícia Internacional de Defesa do Estado.
POUS - Partido sem grande destino. A sigla não o vaticinaria? Partido Operário de Unidade Socialista.

E as siglas de coisas e instituições mais técnicas?
Nisso nem me meto.

A selva das siglas acompanham o labirinto dos órgãos, dos entes... Quando era jovem adolescente e pré-adolescente, ainda qualquer honnête homme sabia as principais instituições e as suas siglas... Agora, só um especialista sabe as do seu sector. É mais um elemento de babelização social.

Nomes de Polícias e afins



(na foto: parada de forças armadas num país estrangeiro)

Diz o "Sol", reproduzido na Internet, a 16 de Dezembro de 2008:
"GNR
Brigada de Trânsito muda de nome em 2009
A Brigada de Trânsito da GNR vai passar a designar-se, a partir de 1 de Janeiro, Unidade Nacional de Trânsito e a Brigada Fiscal dará origem à Unidade de Controlo Costeiro e à Unidade de Acção Fiscal".

Como interpretar a mudança? Os nomes tornam-se progressivamente mais simpáticos...
Também não vão sendo menos denotativos?

Trata-se apenas de um apontamento semiótico. Não é sequer um comentário político.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Mina Semiótica. Nome de Instituições


Eloquente a dança dos nomes: o nome do meu Liceu.

O Liceu Central do Porto, criado pelo liberal (velho liberal) Passos Manuel (1836), foi baptizado nos finais da monarquia com o nome daquele que haveria de ser o último rei de Portugal, D. Manuel II (1908). Com a instauração da República (1910), passa a escola a chamar-se Rodrigues de Freitas, que fora um ilustre catedrático do Porto e primeiro deputado republicano no Parlamento. Já em pleno Estado Novo, voltaria a designar-se D. Manuel II (1945), e regressaria a Rodrigues de Freitas depois do 25 de Abril de 1974 (após se ter pensado em Amílcar Cabral nos tempos mais agitados do PREC). Não me lembro quando, mais tarde, passou a ter o nome de Escola Secundária Rodrigues de Freitas. E hoje dá o nome a um agrupamento de Escolas. Nenhuma das mudanças de nome de instituições é inócua. Todas são significativas. Que mina semiótica!